SOAP x REST – Entenda a diferença entre tecnologias de API

Atualmente, as APIs (Interfaces de Programação de Aplicações) desempenham um papel central na conectividade entre sistemas. São elas que facilitam a troca eficiente de dados e a integração entre plataformas distintas. Duas abordagens de destaque nesse ecossistema das APIs são o protocolo SOAP (Simple Object Access Protocol) e o estilo arquitetural REST (Representational State Transfer). Ambos ocupam posições estratégicas ao facilitar a comunicação em ambientes distribuídos. Neste artigo, você entenderá a importância fundamental dessas duas vertentes, delineando suas contribuições para a construção de soluções integradas.

SOAP: Simple Object Access Protocol

SOAP, é uma tecnologia essencial no conetxto das APIs. Na essência, “SOAP” representa um conjunto de regras que definem como a comunicação entre sistemas distribuídos deve ocorrer.

Podemos comparar essas regras a linguagens humanas, como o português, que servem como protocolos para nossa comunicação diária. Da mesma forma que seguimos regras gramaticais para nos expressarmos corretamente, o SOAP define diretrizes estritas para a troca de informações entre aplicações.

Utilizando o formato XML (Linguagem de Marcação Extensível), o SOAP estabelece uma estrutura padronizada para enviar e receber mensagens. Essa rigidez nas regras confere confiabilidade ao protocolo, assegurando que as informações sejam interpretadas de maneira consistente entre diferentes sistemas, contribuindo para uma comunicação eficaz e estruturada. Assim, o SOAP se destaca como uma abordagem que estabelece uma base sólida para a interoperabilidade em ambientes distribuídos.

Regras que regem o protocolo SOAP:

• Web Services Security (WS-Security):
  • O WS-Security estabelece medidas de segurança no protocolo SOAP, introduzindo a utilização de identificadores exclusivos conhecidos como tokens. Esses tokens desempenham um papel crucial na autenticação e autorização, garantindo a integridade e a confidencialidade das mensagens trocadas.
• Web Services Addressing (WS-Addressing):
  • O WS-Addressing impõe a inclusão de informações de roteamento nas mensagens SOAP. Essas informações, consideradas metadados, são essenciais para direcionar as mensagens corretamente entre os sistemas, permitindo uma comunicação eficaz e direcionada.
• WS-ReliableMessaging:
  • O WS-ReliableMessaging padroniza o tratamento de erros durante a troca de mensagens SOAP. Essa especificação assegura a confiabilidade na entrega das mensagens, estabelecendo protocolos para lidar com situações de falhas, como a retransmissão de mensagens em caso de interrupções temporárias.
• Web Services Description Language (WSDL):
  • O WSDL desempenha um papel crucial ao descrever o escopo e a função dos serviços Web SOAP. Essa linguagem de descrição permite que os sistemas compreendam as capacidades oferecidas pelos serviços SOAP, facilitando a integração e a interação entre diferentes plataformas de maneira eficiente e padronizada.

REST: Representational state transfer

O estilo arquitetural Representational State Transfer (REST) é uma abordagem que visa simplificar a comunicação entre sistemas distribuídos na web. Ao contrário do SOAP, o REST adota regras mais leves e menos rígidas, proporcionando uma flexibilidade notável. Funcionando como um conjunto de princípios, o REST é considerado um estilo arquitetural, estabelecendo diretrizes para projetar sistemas que podem interagir de forma eficiente e escalável. O cerne do REST é a utilização de operações padrão do protocolo HTTP, como GET, POST, PUT e DELETE, para manipular recursos identificados por URLs. Quando as aplicações seguem essas regras, a API resultante é chamada de RESTful. Essa abordagem é caracterizada pela simplicidade, escalabilidade e fácil compreensão, permitindo uma comunicação eficaz entre sistemas heterogêneos. A flexibilidade do REST é evidenciada em sua capacidade de suportar diversos formatos de dados, como JSON e XML, e é amplamente adotado na construção de APIs públicas e privadas devido à sua natureza descomplicada e à facilidade de integração.

As regras que regem o estilo arquitetural REST podem ser resumidas da seguinte forma:

• Interface Uniforme:
  • Utilização de métodos HTTP padronizados (GET, POST, PUT, DELETE) para operações em recursos identificados por URLs.
• Stateless (Sem Estado):
  • Cada requisição do cliente contém todas as informações necessárias, e o servidor não mantém informações sobre o estado do cliente entre requisições.
• Cliente-Servidor:
  • Separação clara entre a interface do cliente e a lógica do servidor, permitindo evolução independente de ambas as partes.
• Code on Demand (Opcional):
  • Possibilidade de o servidor fornecer funcionalidades adicionais, como scripts ou applets, que podem ser executados no cliente sob demanda.
• Cacheable (Cacheabilidade):
  • Uso de caches para melhorar a eficiência, reduzindo a necessidade de solicitações repetidas ao servidor.
• Layered System (Sistema em Camadas):
  • Organização da arquitetura em camadas, onde cada camada tem uma funcionalidade específica, promovendo escalabilidade e manutenção simplificada.

Escolhendo entre SOAP e REST

A escolha entre SOAP (Simple Object Access Protocol) e REST (Representational State Transfer) para o design de APIs envolve considerações detalhadas sobre as características específicas e os requisitos do sistema. O SOAP, como um protocolo mais antigo, é notável por sua abordagem mais robusta e segura, sendo frequentemente preferido em ambientes onde a integridade e a confidencialidade dos dados são críticas, como em transações financeiras ou em sistemas corporativos. Uma de suas principais características é a utilização do formato XML para estruturar as mensagens, garantindo regras rigorosas e padronizadas para a comunicação entre sistemas. Isso proporciona uma estrutura mais formal e específica, ideal para situações em que a consistência e a confiabilidade são prioridades.

Em contrapartida, o REST destaca-se por sua simplicidade e flexibilidade. Baseado em operações HTTP padrão, como GET, POST e DELETE, o REST utiliza formatos mais leves, como JSON, para a troca de dados. Essa abordagem torna o REST mais eficiente em termos de largura de banda e mais fácil de entender, sendo especialmente adequado para ambientes nos quais a escalabilidade e a simplicidade na integração são prioritárias. O REST é comumente escolhido no desenvolvimento de aplicativos web e móveis, onde a agilidade e a adaptabilidade são cruciais.

Em resumo, enquanto o SOAP adota uma abordagem mais rígida e formal, o REST oferece uma alternativa mais leve e versátil. A escolha entre eles dependerá das demandas específicas do projeto, equilibrando as necessidades de segurança, complexidade e eficiência na comunicação entre sistemas.

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Bruno Kappi

Analista de Sistemas e Desenvolvedor Web, formado em Analise e Desenvolvimento de Sistemas, Processos Gerencias e Técnico em Eletrônica